O meu relacionamento com a "História da Loucura" está virando quase uma novela mexicana... ou boneca russa. Leio alguns capítulos, faço inúmeras anotações por todo o livro, que mais parece um gibi enciclopédico. Aí volto as páginas, revejo o que escrevi, faço novas marcações. Paro. Prossigo alguns dias depois. Durmo sob o livro. Ok, entenderam. É certo que a tese de Michel Foucault é pertinente para os nossos dias, e permanece absolutamente atual para que possa-se pensar a internação hoje, pós século XXI.
Nesse aparente antagonismo entre passado e atualidade, deparo-me nos dias finais de minhas férias de inverno com um convite para conhecer a história de um jovem com diagnóstico de esquizofrenia, submetido a um internamento. Trata-se de "Menos que nada", um trabalho com a direção de Carlos Gerbase em que um rapaz encontra-se em um hospital psiquiátrico em pleno estado de isolamento. Uma aluna estagiária propõe-se a estudá-lo, e para tanto fora preciso encontrar este mesmo sujeito no discurso de outras pessoas que poderiam "mostrá-lo" a partir de uma perspectiva diferente da visão institucionalizada.
Encontrei-me com um trabalho que aborda a saúde mental de maneira acessível, contundente e humana. O novo se faz velho, e o seu oposto também é aceito. A loucura compreendida como um estado de desrazão, é vista como aquela sobre a qual é possível se produzir um entendimento. Em "menos que nada" assumiu-se o desafio de falar sobre um quase impossível de ser dito.
Nesse aparente antagonismo entre passado e atualidade, deparo-me nos dias finais de minhas férias de inverno com um convite para conhecer a história de um jovem com diagnóstico de esquizofrenia, submetido a um internamento. Trata-se de "Menos que nada", um trabalho com a direção de Carlos Gerbase em que um rapaz encontra-se em um hospital psiquiátrico em pleno estado de isolamento. Uma aluna estagiária propõe-se a estudá-lo, e para tanto fora preciso encontrar este mesmo sujeito no discurso de outras pessoas que poderiam "mostrá-lo" a partir de uma perspectiva diferente da visão institucionalizada.
Encontrei-me com um trabalho que aborda a saúde mental de maneira acessível, contundente e humana. O novo se faz velho, e o seu oposto também é aceito. A loucura compreendida como um estado de desrazão, é vista como aquela sobre a qual é possível se produzir um entendimento. Em "menos que nada" assumiu-se o desafio de falar sobre um quase impossível de ser dito.
Nesta experiência, constatei a existência de possíveis incontáveis arqueólogos, além dos que efetivamente encontram-se no roteiro. Trata-se de todos aqueles que são capazes de encontrar peças no caminho da vida e atribui-las sentido. É preciso reconstruir para viver, ainda que as partes não produzam um encaixe aparente. Assim, a realidade cotidiana de um jovem que cavava sobre a terra é dada ao olhar. Entre pedras, caveiras e ossos, descobre-se também um caminho para uma caverna cuja maior riqueza é a verdade da imaginação.
E graças a modernidade, você pode com um clique assisti-lo agora, ou salvar o link para vê-lo após o chá das cinco.
Mais de "Menos que nada" em: trailer, blog oficial, facebook e twitter.
Renato OliveiraE graças a modernidade, você pode com um clique assisti-lo agora, ou salvar o link para vê-lo após o chá das cinco.
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AS FIAS TRICOTARAM