O que um diretor deseja transmitir com essas expressões tão incógnitas? que pessoas estranhas! (...) O cartaz deste filme nos permite fazer várias deduções sobre a sua proposta, mas tem um porém: trata-se de Todd Solondz, e seus objetivos manifestos não são tão evidentes assim.
Como diria minha mãe: é um desajuízado! Sim, TOTALMENTE! hahaha
Todd é um norte-americano, que adora desmascarar o que há de mais arraigado à essência humana.Suas produções tem essa característica escancarada. Este ser cuja aparência de gardenal's man e estes olhos fundos de quem há duas semanas não repousa, é digno de mérito por suas produções sátiras.
Todd é um norte-americano, que adora desmascarar o que há de mais arraigado à essência humana.
Do que fala?
Daquilo (e sobre aquilo) que as pessoas não gostam de ouvir.
Voltemo-nos ao Happiness, para deixar isso mais claro.
O filme nos apresenta o cotidiano de algumas pessoas problemáticas com características específicas. Para falar sobre felicidade, o diretor selecionou personagens que são TUDO, menos feliz. A história movimenta-se ligando indivíduos a outros, fazendo com que os diálogos tenham significado ao serem observados num "todo maior".
Tricotemos um pouquinho: quem são esses?Ah, são muitos para eu descrever um por um aqui. hahaha
Mas, selecionarei quatro para apresentar um panorama de quem são os demais e suas inter-relações.
Eu seguirei a ordem acima para as fias acompanharem.
A primeira infeliz é Joy Jordan | Jane Adams |, uma mulher na faixa-etária dos 30 que procura trazer sentido à sua vida estabelecendo relações amigáveis e pacíficas. Ela compõe músicas! (:
Mas as coisas não lhe são fáceis: suas irmãs (Helen e Trish) a veêm como alguém cujo destino não favoreceu. Joy vive uma crise talvez um pouco característica da idade: solteira, sem perspectiva de um relacionamento, alguns conflitos sentimentais. Ser nomeada por "Joy" já retrata uma certa ironia, pois seus momentos de alegria são tenues e passageiros.
O que foi aquela cena na escola? Para auxiliar num período de greve escolar, Joy deixa seu emprego de tele-atendente para ser professora... Sim, propõe-se a trabalhar com adultos. Num dia é escarnecida, noutro, apanha da "esposa" de um dos alunos. meldels !
Abaixo, temos a Helen Jordan | Lara Flynn Boyle | irmã de Joy, obviamente. À princípio, mostram-se tão diferentes. Eu diria que não tanto. Helen é desejada, possui uma agenda movimentada, mas sente-se constantemente volúvel, é como se seus relacionamentos sexuais fossem insuficientes.
Desejada por quem? por muitos.
Entre estes, Allen | Philip Hoffman | no qual se evidencia intensos desejos libidinais para com Helen, os quais tentam de algum modo ser controlados, pois ele acredita estar à margem do ideal estabelecido por ela. Sua compulsividade masturbatória, assim como sua relação com uma vizinha, trarão elementos fundamentais à narrativa, elucidando diálogos bem estruturados.
Resta-nos o Biil Maplewood | Dylan Bake | eu o considero o mais instigador de toda história: terapeuta, pai, esposo, desejos homossexuais, pedófilo.
O conflito entre seus desejos e os valores morais são apresentados de forma muito autêntica, diria. É a partir das conversas com Billy, seu filho de 11 anos, que surgem possibilidades para realização de seus intuitos. Que intuitos? relacionar-se sexualmente com meninos de idade próximas à de Billy. Estes desejos se concretizam, ocasionando sérios desdobramentos.
Mas as coisas não lhe são fáceis: suas irmãs (Helen e Trish) a veêm como alguém cujo destino não favoreceu. Joy vive uma crise talvez um pouco característica da idade: solteira, sem perspectiva de um relacionamento, alguns conflitos sentimentais. Ser nomeada por "Joy" já retrata uma certa ironia, pois seus momentos de alegria são tenues e passageiros.
O que foi aquela cena na escola? Para auxiliar num período de greve escolar, Joy deixa seu emprego de tele-atendente para ser professora... Sim, propõe-se a trabalhar com adultos. Num dia é escarnecida, noutro, apanha da "esposa" de um dos alunos. meldels !
Abaixo, temos a Helen Jordan | Lara Flynn Boyle | irmã de Joy, obviamente. À princípio, mostram-se tão diferentes. Eu diria que não tanto. Helen é desejada, possui uma agenda movimentada, mas sente-se constantemente volúvel, é como se seus relacionamentos sexuais fossem insuficientes.
Desejada por quem? por muitos.
Entre estes, Allen | Philip Hoffman | no qual se evidencia intensos desejos libidinais para com Helen, os quais tentam de algum modo ser controlados, pois ele acredita estar à margem do ideal estabelecido por ela. Sua compulsividade masturbatória, assim como sua relação com uma vizinha, trarão elementos fundamentais à narrativa, elucidando diálogos bem estruturados.
Resta-nos o Biil Maplewood | Dylan Bake | eu o considero o mais instigador de toda história: terapeuta, pai, esposo, desejos homossexuais, pedófilo.
O conflito entre seus desejos e os valores morais são apresentados de forma muito autêntica, diria. É a partir das conversas com Billy, seu filho de 11 anos, que surgem possibilidades para realização de seus intuitos. Que intuitos? relacionar-se sexualmente com meninos de idade próximas à de Billy. Estes desejos se concretizam, ocasionando sérios desdobramentos.
Diante de um tema já popularizado, o que diferencia? a meu ver, as falas.
São situações tensas, com palavras bem escolhidas, pausadas porém explícitas que demarcam o conflito, mostrando que há de latente na constituição humana.
A proposta de Happiness aproxima-se muito das considerações feitas por Freud a respeito da felicidade.
É possível ser feliz? Em 1930 Freud faz esta indagação, e apresenta a civilização como responsável pelas desgraças humanas.
É possível ser feliz? Em 1930 Freud faz esta indagação, e apresenta a civilização como responsável pelas desgraças humanas.
Definir "felicidade" não é uma tarefa fácil, mas o autor a relaciona com o propósito da vida, o qual consiste em obter prazeres e trazer significado ao sofrimento.
O estudo das pulsões trás a percepção do fluxo que vivenciamos como sujeitos que constantemente desejam algo. A vida é marcada por um ritmo turbulento, diria. Há um ideal do eu coletivo, difícil de ser atingido. Há um outro que, castra, impõe, limita.
Freud afirma que o social fundamenta-se na renúncia às pulsões. Há desejos que não bastam ser adiados, mas precisam ser silenciados, esquecidos. Com essa idéia, podemos conceber um sujeito precisa constantemente defender-se de si próprio.
É difícil pensar num significado para a vida. Resta-nos pensar se as satisfações substitutivas e as medidas auxiliares (substâncias tóxicas, acúmulo de capital e práticas religiosas) são suficientemente boas para convencer-nos.
Todd atingiu seu propósito, a meu ver. Com este trabalho mostrou esse sujeito que deseja, que sofre, que constantemente vivencia ameaças de castrações. Mas que ainda assim, consegue significar sua vida de algum modo. Seria este um ponto de partida?
Ah, eu a m o este filme. falei.
Felicidade à todos!
Renato Oliveira
Ah, eu a m o este filme. falei.
Felicidade à todos!
Renato Oliveira
19 comentários:
Como já dizia vinicíus de Moraes em uma entrevista sobre a arte de ser escritor. Perguntaram pra ele o que é felicidade?
- Eu não sei o que é felicidade, mas deve ser uma coisa muito boa.
Tá um barato esse comentários freudianos. Philip Hoffman é um barato (excêntrico, origianal, engraçado). Não conheço esse filme. Mas valeu a dica vou anotar.
"A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz". S. Freud [num ano ao qual não sei]
Fica a dica do mestre austríaco. (:
Tive uma idéia sobre post para a palavra deslocamento, mas acabei fazendo outro sobre "felicidade".
Sobre o filme(ainda preciso assistir), gosto do gordinho de óculos e sempre esqueço o nome dele, mas ele fez "antes que o diabo saiba que você está morto" e "the savages" (recomendo muito os dois).
Em todo caso, agora estou correndo mais um pouco...
Logo lerei tudo com calma, espero essa semana de provas acabar e estarei a postos.
Beijos!
To aguardando ansioso para ler o doutor Freud falar sobre os personagens de Wood allen.
Opa!
Esse eu não assisti ainda, fiquei com vontade de ver!
Sim, por favor, Allen é um dos meus favoritos...
Beijo!
Eae Renato!!
Estás com bons livros ao teu redor então... fica a dica do livro que postei agora no meu blog... A teoria do Amadurecimento. Onde tu fazes psico? abraços
É bem pertinente (no bom sentido) a relação que Freud faz da felicidade com o propósito da vida.
Para mim a felicidade está interligada no próposito DE vida.
Se você não tiver um objetivo, que te impulsione para essa felicidade com certeza a vida não terá um sentido.
Talvez seja essa a proposta do filme que infelizmente AINDA não assistir!
Parabêns por expressar seu amor ao filme e ao cinema independente!!
Bjos!
Renato!
Gosto da forma clara que nos informa sobre temas do cotidiano:
"Desmascarar o que há de mais arraigado à essência humana."
"Do que fala?
Daquilo (e sobre aquilo) que as pessoas não gostam de ouvir."
O filme não vi, mas ler o livro é sempre melhor (TEU LIVRO, ESCRITOS E POSTADOS AQUI)!!!
É verdade que a grande maioria vive de ilusão e não sabem, mas sem essa ilusão também não saberiam viver.
SIGMUND FREUD descobre como pode um sujeito viver bem, tranquilo e em paz (FELIZ).
DESEDUCANDO o mundo das ILUSÕES e REEDUCANDO para um mundo REAL.
Ele descobre à ciência de tudo que não pode ser tocado, visto, apalpado no HOMEM (INCONSCIENTE).
FELICIDADE para mim é "SABER" que SOU INFELIZ!
Sabendo não me iludo e produzo mais, minhas amizades, minhas relações com as pessoas são verdadeiramente mais saudáveis.
Porque não uso maquiagem, sou natural, sem curativos e máscaras.
Um ex: Se tiver que pedir emprestado um brinco para ir à uma festa escolho Ser NATURAL. Vou a festa com os brincos que tenho, sem brincos ou não vou a festa.
Viver com o que se tem!
Um abraço meu HERÓI da PSICANÁLISE.
Estimo melhoras!
Até mais...
Cenira
É muito bom conhecer novos filmes e por aqui sempre os encontro.São ótimas suas criticas.Fiquei curiosa para assistir esse.
Ahh, sobre o filme que ando assistindo sempre rsrsrs ele é maravilhoso,não me canso de ver:Prenda me se for capaz.Tipo é bem bobinho e tals mas eu amo.
opa, muito obrigado pela visita lá no meu canto, volte sempre! E o BG foi sim feito por mim, customizado mesmo, já que domino programas de edição de imagem, o difícil foi mexer na estrutura html do site, mas deu certo; e legal aqui seu blog falando de cinema tb; abraço, saudações musicais...
APS
Primeiro obrigada pela visita em meu blog, voce me convidou e aqui estou.
Polemica a questão FELICIDADE...
Eu acho que essa palavra tem um significado amplo: sensações? prazeres? poder aquisitivo?
Para mim felicidade não define algo na trajetória da vida, apenas, empresta o nome bonito para certas circunstâncias.
E que podem ser raras...
Eu ainda não descobri o que é ou teria sido bom ou melhor para mim.
Já li muito, pesquisei, pensei, procurei, mas nunca a encontrei na rotina da minha existencia.
Na praia, observando as ilhas, haviam duas, a pequena e a grande, poderosa; e alí estava o meu retrato: eu era uma ilha enorme, com todas as oportunidades de conquistar o que bem quisesse, e por um descuido sentimental, eu deixei que a minha ilha fosse invadida impiedosamente. A minha vida então é a ilhazinha pequena.
Entende?
Abraços
Muito obrigada pela visita!
depois dê uma olhadinha la, tem algo novo que talvez pelas suas ideias vc tambem goste!!
bjs
Nossa , muito obrigada
também gostei do seu blog
bem diferente do meu que só fala de ' amor ' YGSYAASUYASGUYASG
li alguns dos seus posts e sempre q der vou voltar aqui tbm
visite-me mais vezes
beijos
grato pela visita, ao apimentario!
espero mesmo que retorne lá! abs
estou seguindo :D | SER FELIZ SEMPRE!;**
OLÁ ADORO FILMES, DRAMATURGIA, HISTÓRIAS, E COMO UM A TOR INTERPRETA, E FICANDO MTO FLEIZ COM SUA VISITA EM MEU BLOG, TE CONVIDO A POARTICIPAR DELE E DO PROEZAS EM CONDOMÍNIOS!
E AVISO ASSIM QUE POSTAR SEMPRE ESTAREI AQUI!
OBRIGADA E MTO MEL PRA TI!
Felicidade é receber carinho (d)escrito em palavras...
Obrigada pela visita e por seu carinho.
Beijos poéticos.
Helena
todd solondz é um dos meus diretores favoritos.... e hapinness é sem dúvida um dos melhores filmes dele... destaque para o personagem de P. Seymor Hoffman....
ps. muito legal o blog!
não consegui baixar o filme, mas amei o blog
Postar um comentário